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sábado, 21 de novembro de 2009

Carta ao Amor da Minha Vida

Do topo da árvore mais alta de todas as mais altas, 21 de Novembro de 2009.

Carta ao amor da minha vida.

Oi amor, sou eu. Já faz tanto tempo, 22 anos pra ser mais específica. Como você está? Como tem passado? Tem se alimentado direito? Eu espero que sim. Não quero que você esteja subnutrido até nos encontrarmos e isso, como não sei do tempo, pode até demorar. Eu sei que você não me conhece... Ou será que me conhece? Se me conhece e eu não te conheço, pelo menos é metade do caminho andado. Pode deixar que andarei o pedaço que falta se eu o souber fazer. Quem sabe não nos encontramos por aí e nem nos demos conta por não saber que tipo de importância viríamos a ter para ambos futuramente... Não sei. Eu sei é que eu poderia fazer isso à noite inteira, então deixa pra lá. O que importa, de verdade, é que eu sei que você anda por aí. Talvez tão sozinho quanto eu.

E essa é a razão de te escrever essa carta. Eu sei que todo mundo não escreve cartas hoje em dia, mas eu não sou esse todo mundo que todo mundo é e você sabe. Uma pessoa como eu reclamar da solidão, isso é um absurdo. Logo eu que faço amizade por todo canto que eu passo. As pessoas realmente gostam de mim, e lembram-se de mim, e gostam da minha presença e isso tudo é uma honra. Eu sei disso. Eu sei. Mas esse tipo de solidão da qual lhe escrevo é, justamente, a falta que você me faz e isso eu não posso evitar.

Eu sei que você anda por aí com seus amigos, e se diverte, exatamente como eu faço, mas também sabe que falta alguma coisa. Eu sei, porque você é igual a mim. Não no todo, mais na essência. Não queremos grandes coisas pro futuro, não desejamos dinheiro e fortuna. Só o básico. Tranqüilidade, uma base firme de onde nós possamos pular pra qualquer lugar, o amor dos familiares, os melhores amigos que nos fazem tão bem e eu e você. Um play três com todas as variedades de jogos, muitos filmes na nossa estante, uma rede pra se balançar. Filhos, um cachorro e uma bola amarela pra ele brincar, um quintal grande. De passar noites inteiras conversando sobre desejos e anseios e sonhos e metas a serem atingidas. Do sexo (ora, porque vamos quebrar umas camas, meu bem.). E não se esqueça das brigas. Haverão muitas. Você sabe que eu sou teimosa e que você é teimoso. Mas lembre-se que o sexo depois da briga também tem sua graça, vai ver, no fundo, no fundo, a gente briga só por causa disso. Eu sei do homem que você é. E é exatamente por isso que é com você que eu vou ficar.

Agora, agora mesmo, enquanto escrevo essa carta, gostaria de está conversando com você. Você que é incrivelmente turrão e birrento. Quase um homem das cavernas. Que passa horas pensando na melhor maneira de dizer pra todo mundo que não liga pra ninguém. Eu sei meu bem, eu sei. Mas eu vou cuidar de você, porque só alguém como você vai saber cuidar de mim. Uma pessoa incrivelmente turrona e birrenta, praticamente uma mulher das cavernas. Você só precisa saber que eu sei. Eu consigo sentir além do que eu vejo. Às vezes eu não acredito nisso justamente porque não consigo ver. Sabe como é.

Eu queria que você estivesse aqui agora, eu queria poder dizer essas palavras no seu ouvido enquanto você me poria pra dormir. Mas creio que não seja pra agora. Eu só senti vontade de dizer, por isso eu escrevi. Que lhe alcance as minhas palavras. Que meu desejo o mantenha. Que minha fé o mova quando você já não puder mais. Que você deseje antes de dormir. E que você sonhe, sinta, pressinta. Eu tô chegando amor. Vai saber...

Com todo amor que eu puder reunir pelo futuro que há de vir.

A Maça Alienígena.

A.S.A.P.

PS: Ano que vem tô entrando na Yôga pra melhorar a flexibilidade do corpo, compra o livro do kamasutra, tá?