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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dia dos namorados o quê???

Essa semana saiu o comercial da Vivo com a bela música de Renato Russo de fundo. Eduardo e Mônica, a maior estória de amor da música brasileira e num sei o quê mais lá... Eu achei que o comercial ficou lindo, incrivelmente sensível, eles conseguiram captar a leveza da música, colocaram imagens sobrepondo-se a outras, escolheram bem os atores. Não tem como duvidar. Como também não há de se duvidar que a escolha da música e do momento em que saiu o vídeo foi uma solução inteligentíssima pra vender e fazer dinheiro (afinal de contas, é a 3ª data do comércio) em cima de uma das poucas estórias de amor, que se tem notícia, que deu certo.

De antemão, não me desculpo pelo post, isso é minha opinião e você ler porque quer... Mas acho que devo me desculpar pelo ceticismo, porque o texto tá cheio dele. Eu até vejo os pensamentos em sua cabeça: “É porque você não tem namorado...” e isso sempre me faz rir, esse pessoas – os boy principalmente - acham que uma mulher tá sempre desesperada pra arranjar namorado... Vai ver que é porque eles estão super desesperados pra pegar mulher e acabam passando esse erro de julgamento e aliviando as suas frustrações e mi-mi-mi enchendo o saco alheio. As pessoas são muito adoráveis, né? É por isso que eu as adoro, mas isso não seria lógico? E é lógico, mesmo sendo uma mentira. QUÊ?

O amor hoje é barganha. Essa semana mesmo eu tive um gostinho disso nas aulas semanais de inglês. Surgiu um debate sobre casamento na sala de aula, E o professor fez piadinha e todo mundo riu e quando chegou a minha vez eu disse que (Tirem as crianças da sala gente, por favor! É chocante!!) eu não queria casar. As pessoas ficaram em tal crise de choque que eu fiquei com vontade de rir, no desespero desta revelação bombástica um cara perguntou – o mesmo cara que uma vez, só porque eu disse que não sabia cozinhar e nem tinha interesse em aprender, perguntou o que eu ia fazer quando eu casasse... – E você não quer ser mãe?

Foi exatamente aí, aí amiguinhos, que eu entendi onde tá a moeda de troca dos “relacionamentos” (vou colocar entre aspas porque eu não valho nada mesmo):

- Amor, eu te dou filhos e te darei a honra de ter um marido, mas em troca você tem que cozinhar, passar, cuidar das crianças, costurar minhas meias e parecer feliz, sempre linda e satisfeita perante os outros, tá? Te amo, não esquece.

MELDELSDUSEL. Eu estou perdida!! Se eu não aprendo a cozinhar, como vou casar!!! GENTEM! CORRAM PARA AS COLINAS, CORRAAAAAAM.

Cof. (pigarro descrente pra limpar a garganta) A maioria dos homens estão com as mulheres porque querem empregadas e sexo grátis depois de casarem e a maioria das mulheres estão com homens porque querem casar, de véu, grinalda, padre, festa e glamour. E o amor? Ahhh... O amor, não é mesmo? Esse safadinho tá por aí... Sendo usado de pretexto pra vender celulares, provavelmente. Veja bem, eu coloquei ali em cima, a maioria. Porque é o que querem mesmo. A maioria é e sempre será estúpida. Eu podia ter um namorado. Fácil, fácil. (eu posso estalar os dedos, posso assoviar, posso sorrir e eles cairiam aos meus pés – Sim, eu e o Vitinho, sómos foda). O problema é que eu não quero qualquer namorado. Qualquer e maioria, pra mim é a mesma coisa. Eu me canso disso rápido. Mas do que gostaria de admitir. Não, me deixa aqui quietinha, com os meus planos absurdos de me divertir com meus amigos ou ir embora e comprar uma moto, conhecer o mundo, estudar... Essas coisas egoístas.

Se você tem um namorado ou namorada, não seja só mais um dos muitos casais de namorados conformadinhos no esquema jantar-motel, comemorando o dia dos namorados como todo mundo está comemorando o dia dos namorados... Sejam criativos, faça um dia só seus. Com presentes, romances, passeios, conversas e belezas só suas. Isso também é romântico... Vai por mim. Se eu tivesse um namorado (um de verdade, não um qualquer/maioria, neam?) era o que eu ia fazer. Parem de fingir que está tudo bem do jeito que está, porque não está. Não precisa ir muito longe pra saber, é só olhar com atenção. Eduardo e Mônica deram certo porque eles eram diferentes e se respeitavam, porque eles se apoiavam quando precisavam um do outro, porque se importavam com eles mesmo à cima e apesar de qualquer coisa ou data. E não porque eles se casaram na igreja ou porque ele esperava que ela fosse algum tipo uma empregada sexual perfeita. Parem de agir como idiotas acéfalos, por favor. Eu quero acreditar em vocês de novo. Porque apesar das propostas de destruição em massa de Lex Luthor me parecerem mais convidativas hoje em dia, eu ainda sou do time do Super.


http://www.youtube.com/watch?v=bPJQXO3iCIg


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Coragem, meu amigo.

Coragem.

Se eu pudesse desejar alguma coisa a você nesse ano que começa seria: coragem.
Eu compraria se eu soubesse onde vende, eu plantaria se eu pudesse cultivar e distribuiria as pessoas por aí. Voaria num avião acima e bem alto e despejaria nas nuvens para que se misturassem e, quando chovesse, pudesse molhar, encharcar, tudo e todos, de coragem.
Seria bom, né?
Eu me acho muito corajosa, muito. Pelo menos mais do que a maioria. Pelo menos, mais do que muita gente que eu conheço. Mas ainda assim penso em mim como uma COVARDONA. Seria simplesmente melhor, e mais fácil, se eu não pensasse nesse tipo de coisa, assim, eu sempre acabo pensando... Vai saber.
Se eu me achando corajosa, me acho covardona imagina mesmo onde está o nível “corajosístico” das pessoas. Não me entenda mal. Não quero dizer que as pessoas deviam se jogar na frente de assaltos em andamento e tentar roubar a arma do ladrão, ou gritar na cara dos chefes que eles são bastardos fila-da-pota mercenários e que eles, na verdade, não estão lidando com escravos... Não é isso. Podiam ser coisas pequenas como: Beijar sua mãe/avó/pai/tio/tia e dizer que ela(e) é o amor da sua vida; se apaixonar e arriscar mesmo com medo de levar um fora; se apaixonar e estar pronto pra se decepcionar de novo e de novo; coragem pra chorar e fingir que tá tudo bem no outro dia pra não preocupar gente que se preocupa com você; sorrir quando por dentro se despedaça de tristeza; pra seguir em frente; coragem pra odiar; coragem pra assumir que é muito orgulhoso e que mesmo que um dia as coisas se acertem você não estará lá só porque... É muito orgulhoso, sabe como é?
Coragem pra demonstrar que se importa, pra provar o seu valor, pra perdoar (esse é bem difícil, principalmente pra os orgulhosos, não é dona Aninha?); coragem pra revidar e não sentir vergonha e coragem pra sentir vergonha. Coragem pra seguir em frente quando as coisas não dão certo, coragem pra espantar a preguiça – essa bastarda que geralmente acompanha os mais talentosos; coragem pra dizer o que se sente, ou a verdade, na cara, de verdade; Só coragem. Porque tá faltando... E sentir isso é tão frustrante, meu amigo.
Talvez se as pessoas fossem mais corajosas, então eu, talvez, gostasse mais delas. Gostasse mais de qualquer um e de mim. A coragem seria responsável por vidas sem arrependimentos. Será que alguém já parou pra pensar numa vida sem arrependimentos, sem desejar morrer por causa de uma lembrança, sem querer voltar no tempo pra dizer o que devia ter dito, mas que se calou... Por isso, e por tanto mais que não consigo me lembrar, meu desejo a todos e cada um em especial – e pra mim também, lógico, com certeza. – seria coragem. Muita. Que se equiparasse ao orgulho ou ao egoísmo, que se medisse à maior das minhas qualidades e dela, depois, ganhasse.
Coragem.

Então vai lá. Diz pra ela que você se importa. Diz pra ele que sem ele não tem graça. Chama a menina pra sair. Chama-o de gostosinho da tapioca, só pra ele ouvir. Seja ridículo. Goste de alguma coisa que ninguém gosta e se orgulhe disso. Gargalhe de maneira que chame atenção e não se importe. Dance a Macarena no casamento do seu primo e se divirta. Coragem. Viaje pro Canadá pra estudar inglês no mês de Julho, Aninha. Segura as pontas por sua mãe, Vanessa. Tenha calma que ele vem, Aline. Cuide da sua mãe, Heitor. Vem coisa melhor, Jéssica. No novo importante passo, Carol. Nas coisas mais simples, Cássio. Agüente mais um período, Ed. Te mexe, Dherba. Coragem. Coragem minha gente. Deixem-me ver... Deixem-me ver isso uma vez, e mais outra. Vamos pegar o embalo, quem sabe a gente não se acostuma a viver de coragem. Quem sabe a gente até goste.