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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dia dos namorados o quê???

Essa semana saiu o comercial da Vivo com a bela música de Renato Russo de fundo. Eduardo e Mônica, a maior estória de amor da música brasileira e num sei o quê mais lá... Eu achei que o comercial ficou lindo, incrivelmente sensível, eles conseguiram captar a leveza da música, colocaram imagens sobrepondo-se a outras, escolheram bem os atores. Não tem como duvidar. Como também não há de se duvidar que a escolha da música e do momento em que saiu o vídeo foi uma solução inteligentíssima pra vender e fazer dinheiro (afinal de contas, é a 3ª data do comércio) em cima de uma das poucas estórias de amor, que se tem notícia, que deu certo.

De antemão, não me desculpo pelo post, isso é minha opinião e você ler porque quer... Mas acho que devo me desculpar pelo ceticismo, porque o texto tá cheio dele. Eu até vejo os pensamentos em sua cabeça: “É porque você não tem namorado...” e isso sempre me faz rir, esse pessoas – os boy principalmente - acham que uma mulher tá sempre desesperada pra arranjar namorado... Vai ver que é porque eles estão super desesperados pra pegar mulher e acabam passando esse erro de julgamento e aliviando as suas frustrações e mi-mi-mi enchendo o saco alheio. As pessoas são muito adoráveis, né? É por isso que eu as adoro, mas isso não seria lógico? E é lógico, mesmo sendo uma mentira. QUÊ?

O amor hoje é barganha. Essa semana mesmo eu tive um gostinho disso nas aulas semanais de inglês. Surgiu um debate sobre casamento na sala de aula, E o professor fez piadinha e todo mundo riu e quando chegou a minha vez eu disse que (Tirem as crianças da sala gente, por favor! É chocante!!) eu não queria casar. As pessoas ficaram em tal crise de choque que eu fiquei com vontade de rir, no desespero desta revelação bombástica um cara perguntou – o mesmo cara que uma vez, só porque eu disse que não sabia cozinhar e nem tinha interesse em aprender, perguntou o que eu ia fazer quando eu casasse... – E você não quer ser mãe?

Foi exatamente aí, aí amiguinhos, que eu entendi onde tá a moeda de troca dos “relacionamentos” (vou colocar entre aspas porque eu não valho nada mesmo):

- Amor, eu te dou filhos e te darei a honra de ter um marido, mas em troca você tem que cozinhar, passar, cuidar das crianças, costurar minhas meias e parecer feliz, sempre linda e satisfeita perante os outros, tá? Te amo, não esquece.

MELDELSDUSEL. Eu estou perdida!! Se eu não aprendo a cozinhar, como vou casar!!! GENTEM! CORRAM PARA AS COLINAS, CORRAAAAAAM.

Cof. (pigarro descrente pra limpar a garganta) A maioria dos homens estão com as mulheres porque querem empregadas e sexo grátis depois de casarem e a maioria das mulheres estão com homens porque querem casar, de véu, grinalda, padre, festa e glamour. E o amor? Ahhh... O amor, não é mesmo? Esse safadinho tá por aí... Sendo usado de pretexto pra vender celulares, provavelmente. Veja bem, eu coloquei ali em cima, a maioria. Porque é o que querem mesmo. A maioria é e sempre será estúpida. Eu podia ter um namorado. Fácil, fácil. (eu posso estalar os dedos, posso assoviar, posso sorrir e eles cairiam aos meus pés – Sim, eu e o Vitinho, sómos foda). O problema é que eu não quero qualquer namorado. Qualquer e maioria, pra mim é a mesma coisa. Eu me canso disso rápido. Mas do que gostaria de admitir. Não, me deixa aqui quietinha, com os meus planos absurdos de me divertir com meus amigos ou ir embora e comprar uma moto, conhecer o mundo, estudar... Essas coisas egoístas.

Se você tem um namorado ou namorada, não seja só mais um dos muitos casais de namorados conformadinhos no esquema jantar-motel, comemorando o dia dos namorados como todo mundo está comemorando o dia dos namorados... Sejam criativos, faça um dia só seus. Com presentes, romances, passeios, conversas e belezas só suas. Isso também é romântico... Vai por mim. Se eu tivesse um namorado (um de verdade, não um qualquer/maioria, neam?) era o que eu ia fazer. Parem de fingir que está tudo bem do jeito que está, porque não está. Não precisa ir muito longe pra saber, é só olhar com atenção. Eduardo e Mônica deram certo porque eles eram diferentes e se respeitavam, porque eles se apoiavam quando precisavam um do outro, porque se importavam com eles mesmo à cima e apesar de qualquer coisa ou data. E não porque eles se casaram na igreja ou porque ele esperava que ela fosse algum tipo uma empregada sexual perfeita. Parem de agir como idiotas acéfalos, por favor. Eu quero acreditar em vocês de novo. Porque apesar das propostas de destruição em massa de Lex Luthor me parecerem mais convidativas hoje em dia, eu ainda sou do time do Super.


http://www.youtube.com/watch?v=bPJQXO3iCIg


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Coragem, meu amigo.

Coragem.

Se eu pudesse desejar alguma coisa a você nesse ano que começa seria: coragem.
Eu compraria se eu soubesse onde vende, eu plantaria se eu pudesse cultivar e distribuiria as pessoas por aí. Voaria num avião acima e bem alto e despejaria nas nuvens para que se misturassem e, quando chovesse, pudesse molhar, encharcar, tudo e todos, de coragem.
Seria bom, né?
Eu me acho muito corajosa, muito. Pelo menos mais do que a maioria. Pelo menos, mais do que muita gente que eu conheço. Mas ainda assim penso em mim como uma COVARDONA. Seria simplesmente melhor, e mais fácil, se eu não pensasse nesse tipo de coisa, assim, eu sempre acabo pensando... Vai saber.
Se eu me achando corajosa, me acho covardona imagina mesmo onde está o nível “corajosístico” das pessoas. Não me entenda mal. Não quero dizer que as pessoas deviam se jogar na frente de assaltos em andamento e tentar roubar a arma do ladrão, ou gritar na cara dos chefes que eles são bastardos fila-da-pota mercenários e que eles, na verdade, não estão lidando com escravos... Não é isso. Podiam ser coisas pequenas como: Beijar sua mãe/avó/pai/tio/tia e dizer que ela(e) é o amor da sua vida; se apaixonar e arriscar mesmo com medo de levar um fora; se apaixonar e estar pronto pra se decepcionar de novo e de novo; coragem pra chorar e fingir que tá tudo bem no outro dia pra não preocupar gente que se preocupa com você; sorrir quando por dentro se despedaça de tristeza; pra seguir em frente; coragem pra odiar; coragem pra assumir que é muito orgulhoso e que mesmo que um dia as coisas se acertem você não estará lá só porque... É muito orgulhoso, sabe como é?
Coragem pra demonstrar que se importa, pra provar o seu valor, pra perdoar (esse é bem difícil, principalmente pra os orgulhosos, não é dona Aninha?); coragem pra revidar e não sentir vergonha e coragem pra sentir vergonha. Coragem pra seguir em frente quando as coisas não dão certo, coragem pra espantar a preguiça – essa bastarda que geralmente acompanha os mais talentosos; coragem pra dizer o que se sente, ou a verdade, na cara, de verdade; Só coragem. Porque tá faltando... E sentir isso é tão frustrante, meu amigo.
Talvez se as pessoas fossem mais corajosas, então eu, talvez, gostasse mais delas. Gostasse mais de qualquer um e de mim. A coragem seria responsável por vidas sem arrependimentos. Será que alguém já parou pra pensar numa vida sem arrependimentos, sem desejar morrer por causa de uma lembrança, sem querer voltar no tempo pra dizer o que devia ter dito, mas que se calou... Por isso, e por tanto mais que não consigo me lembrar, meu desejo a todos e cada um em especial – e pra mim também, lógico, com certeza. – seria coragem. Muita. Que se equiparasse ao orgulho ou ao egoísmo, que se medisse à maior das minhas qualidades e dela, depois, ganhasse.
Coragem.

Então vai lá. Diz pra ela que você se importa. Diz pra ele que sem ele não tem graça. Chama a menina pra sair. Chama-o de gostosinho da tapioca, só pra ele ouvir. Seja ridículo. Goste de alguma coisa que ninguém gosta e se orgulhe disso. Gargalhe de maneira que chame atenção e não se importe. Dance a Macarena no casamento do seu primo e se divirta. Coragem. Viaje pro Canadá pra estudar inglês no mês de Julho, Aninha. Segura as pontas por sua mãe, Vanessa. Tenha calma que ele vem, Aline. Cuide da sua mãe, Heitor. Vem coisa melhor, Jéssica. No novo importante passo, Carol. Nas coisas mais simples, Cássio. Agüente mais um período, Ed. Te mexe, Dherba. Coragem. Coragem minha gente. Deixem-me ver... Deixem-me ver isso uma vez, e mais outra. Vamos pegar o embalo, quem sabe a gente não se acostuma a viver de coragem. Quem sabe a gente até goste.

sábado, 9 de outubro de 2010

Palavras ao vento. Literalmente.

Lá vinha eu andando pelas ruas do Recife, engraçado que depois que você se acostuma em “ter” um carro, você desaprende a andar pelo bom hábito de andar. E isso é ruim, porque eu sempre gostei de andar. Me ajuda a pensar, a me acalmar e eu sempre posso ouvir música sem me preocupar com o possível barulho que o meu cano de escape possa estar fazendo só porque eu passei em cima daquele buraco que o tio Vold conjurou do nada... Mas não é por aí que eu quero ir, eu tenho outro caminho para lhes mostrar. Ao chegar à parada de ônibus, nessas que tem banco e proteção contra o sol, eu fui curtir os benefícios do imposto que eu pago. Sentada esperando o ônibus, uma folha de papel vem voando e fica presa aos meus pés, eu teria apanhado e jogado fora, como era de se esperar, mas no papel a caligrafia era manual, quem escreve hoje em dia tendo o computador que uniformiza, padroniza e “eficientiza” tudo? A curiosidade acabou ganhando da higiene da mulher que lava as mãos de quando em quando...
A despeito do que tinha escrito na carta (sim era uma carta!) preciso lhe informar que o papel estava manchado, sujo, roto e amassado... Talvez tenha caído do lugar onde estaria guardado sem que o dono ou a dona percebesse, ou talvez o autor (ou autora) tenha desistido no meio do caminho... Eu não sei. Mas lhes transcreverei o que eu consegui ler simplesmente porque achei muitíssimo apropriado. Segue.
“Eu não posso negar que você me fez feliz. E que mesmo quando acabou eu mantive a esperança que algum dia você viria me salvar de eu afundando dentro de mim. É engraçado como as coisas são. Achei que você reconheceria a solidão, como dois iguais. O problema é que de tanto você querer ser livre, acabou ficando preso em você e na sua dúvida shakespearena em ser ou não ser. O problema é seu. Eu quis que fosse meu. Mas agora não quero mais.
Eu tenho que lhe dizer que, sim, ainda está doendo, eu vou me permitir ficar assim. Porque um dia, passa. E quando passar eu não volto mais. Quem sabe a gente até não se encontra e toma uma cerveja, e conversa sobre os velhos tempos, e você, fraco como é tentará me enfraquecer, mas quando alguém passa, pelos estágios de dor que tem que passar, e esse alguém passa, é como se o corpo e alma se revestissem de proteção e a dor não pode mais entrar. Por enquanto ainda dói. Ainda. Mas vai passar.
[Aqui tinha um versinho, eu não consegui ler direito... Minha visão de raio X já tava pifando...]
O que me contenta mais do que qualquer coisa é que agora eu já posso seguir minha vida sem me preocupar em viver uma vida com você. E eu vou. Acredite-me. Não pense que serei infeliz para sempre, ou que te amarei pra sempre (você nem é tão bom assim). Isso é só sua vaidade. Mas do que pra você e principalmente pra mim eu serei feliz, e você se contentará com outros braços, outros lábios e outras manhãs amanhecidas e sem cor ao lado de outros alguéns. Boa sorte, mô. Eu já vou, tá? E não precisa mais me procurar. Nunca mais.

F. D. R.”

Triste saber que essa carta se perdeu no caminho e não chegou ao destinatário. Eu gostaria de ver a pessoa lendo isso. Na dor o desespero aparece, no entanto esse desespero comedido foi de uma classe tão lírica que me fez querer compartilhar com vocês.
Sim! E o mais importante a observar é que antes F. D. R. era só mais um apaixonado. Agora, F. D. R. é poeta.

domingo, 22 de agosto de 2010

Pensar demais enlouquece. Pense nisso.

Quando e de onde vem a idéia de que você é o único que não finge?

Estando parada, numa fila, esperando pela sua vez pra comprar os ingressos pra entrar no cinema. Observando. Pensando. “Estão todos fingindo”. Sente isso o tempo todo. E isso a persegue. Não consegue acreditar que aquelas pessoas estejam ali por ter um gosto em comum. O mais óbvio não a agrada como resposta.
Se for verdade o que os psicólogos e psiquiatras acreditam quando falam e discutem sobre as máscaras aceitas pela sociedade, se for verdade que todos utilizam essas máscaras o tempo inteiro, se for verdade que não há pessoa que se olhe tempo suficiente num espelho se não for pra procurar um defeito. Se for verdade tudo isso, às vezes, poderia até se arriscar a entender. E de repente um tipo de bloqueio lhe acontece, algo como não se deve prolongar sentenças sobre isso, e coisas como: não estou pronta pra filosofar. O que parece, realmente, é que a máscara que responde pelo exercício do pensamento sabe mais do que se pode imaginar e sabe que se continuar prolongando-se naquilo que sabe melhor fazer, ela talvez não venha a agüentar.
A vontade de ser aceito em um grupo de indivíduos faz com que algumas pessoas ajam de maneira incoerente e talvez isso justifique o uso de máscaras. Numa mesa de bar, ele está terminando uma piada sobre loiras. Ela escuta e pensa: “Devo rir agora?” – Não é uma boa piada. Flerta com valores hipócritas de uma sociedade machista, com a subserviência de algumas mulheres, com a inferioridade do ser humano, com a generalização do pior tipo e etc. Todos riem, e já que não consegue se divertir com o óbvio, pensa:
As pessoas fingem por um motivo e por tal motivo elas continuam apenas fingindo? Aonde foi parar a verdadeira essência dessas pessoas? Será que usaram essas máscaras por tanto tempo que acabaram por se acostumar a essa nova identidade? Ou então, não gostavam de quem eram e por sua vez assumiram essas identidades por, dessa maneira, facilitar as coisas pra si mesmo? Quem sabe as pessoas na fila do cinema estejam ali por uma combinação de fatores – folga, descanso, lazer? Quem sabe todas as pessoas sejam suas próprias máscaras o tempo inteiro? Onde começa o fingimento e onde entra a personalidade de cada um? Por que alguns mudam tanto sobre influência do álcool? Ou por que algumas pessoas se decepcionam logo após o casamento? Existem máscaras certas para cada ocasião? E, se existe, quando eu devo usá-la já que um julgamento certo/errado pode não ser o mesmo pra todos?
“Que dor de cabeça”.
E esse é o primeiro sinal que sua máscara responsável pelo exercício do pensamento – haveria mesmo uma máscara aqui? – lhe envia. Se tiver sorte (ou azar) você ainda ouvirá:

- Vá com calma, meu bem. Pensar demais enlouquece. Não que ser são seja grandes coisas hoje em dia...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Proposta de Intimidade

Calma, calma. Não tô querendo aqui oferecer uma gama de vantagens e um serviço de sexo fácil. Não pelo blog. Quem quiser é só me procurar no calçadão de BV entre o ponto de Lorena Bonecão e Charlene Charmosa. Minha proposta pra esse post é outra. Até porque, pelo menos eu espero que meus amigos saibam, sexo hoje já não é tanto intimidade assim, quer dizer, às vezes é só uma noite de bebedeiras e um cara que-se-você-semi-cerrar-os-olhos-e-inclinar-a-cabeça-e-dá-dois-pulinhos-num-pé-só-como-o-saci-pererê parece com aquele ator que fez aquele filme que foi um sucesso em 1998. Claro. Pra maioria é mesmo, não é? Observar a maioria, às vezes, me cansa.

No meu post anterior eu falei sobre as impressões, e como elas são legais e como não temos tido tempo de partilhá-las entre nós, lembra? Então. Aí é que tá a função desse texto. Eu vi um email, que continha um questionário em que as pessoas tinham que responder perguntas pessoais, me fez lembrar os cadernos do ginásio que sempre terminavam com: “De quem é que você gosta?”, mas, se eu quiser que vocês me respondam isso, terei que responder também. E eu não vou entregar o ouro assim tão fácil, benhê. De qualquer forma, não é por aí o que eu intento. A minha proposta de intimidade surgirá com o que quer que seja que vocês tenham pra compartilhar. Eu proponho fatos. Um, três, cinco, dez, quantos vocês quiserem. Fatos/histórias/curiosidades que fazem de você ser quem você é, não que isso seja de algum interesse pra alguém modernoso e descolado, mas como eu só sou eu, estranha e anormal, dentro do meu mundinho esquisito, falar sobre coisas irrelevantes são, por demais, interessantes pra mim.

Já que eu propus, eu começo então:

- Eu, realmente, tenho medo de escuro. Quando durmo só, a luz do corredor fica acesa e a porta do meu quarto aberta uns 15 cm. Caso contrário, não durmo.

- Eu odeio gente que interrompe o outro, quando o mesmo está falando. Às vezes, principalmente em tensão pré, dá vontade de meter a mão na cara.

- Não consigo ler em ônibus. Por mais que eu tente, sempre fico com dor de cabeça e com vontade de vomitar... Argh.

- Acho séquise calça de moletom. Se o cara for magrelo então. Ui.

- Tenho a pretensão de criar uma fortaleza da solidão pra mim. Com tudo que eu tenho direito. E não será propriedade de qualquer um a autorização pra entrar. Eu escolho os meus “Lanes”. E à dedo.

- Os caras engraçados são os melhores. Pelo menos pra mim. Pode ser feio, caolho, manco, gago, mas se for engraçadinho vai chamar minha atenção.

- Eu prefiro timidez à extroversão. Embora eu seja extrovertida. Vai saber, né?

- Não gosto da maioria das sobremesas de limão: Mousse, torta, sorvete, docinhos, picolé...

- Eu adoro frio. Sempre quando a família viaja, eu me enfuno nos quartos com ar-condicionado e toda vez brigam comigo, porque eu sempre, sempre, quero o ar mais gelado possível.

- Adoro quando coçam minhas costas. Dá logo sono, eu fico logo mole e fico mais mansa também. Como todo animal que precisa ser condicionado à uma maneira pra se acalmar, eu tenho aí a minha.

Ora... Vejam só. Já falamos muito de mim. E vocês? Vamos lá meus queridos, talk to me.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Impressões

Qualquer coisa que nos cause uma impressão é algo que fica, pra sempre, na memória. Tudo bem. Eu posso explicar melhor, mas como isso é algo que eu inventei e defini, não sei se ficará completamente esclarecido, tendo em vista o tanto de água que movem as pás dos meus moinhos, caro leitor, você não deve me censurar por aqui me desculpar, antecipadamente, pelas loucuras que vão ao meu pensamento, se eu o faço é para poupar-lhe paciência, coisa que em mim, geralmente falta muito. Mas vamos lá... Impressões são sentimentos inesperados, que surgem em determinada situação, e que você não consegue definir na hora sobre o que é ou porque sente, no entanto, será algo que você sempre lembrará. É comum que as pessoas confundam isso com “amor à primeira vista”, mas não é esse o caso. Na verdade as pessoas confundem muita coisa com amor, e se eu for ficar aqui escrevendo sobre isso, entro por outro tema e esqueço sobre do que vim escrever. E eu, realmente, gostaria de falar sobre as impressões.
É comum que isto de impressão esteja associado à imagem. “A primeira impressão é a que fica.” Não estou falando disso também. Essa urgência toda em definir alguém pela primeira impressão é uma coisa que todo mundo faz numa tentativa desesperada de conhecer o outro rápido. Todo mundo tem pressa e assuntos mais importantes pra resolver, conhecer leva tempo e tempo é dinheiro e eu preciso fazer muito, agora, já! E o desespero faz sua apresentação. Assim, permanece a historinha da primeira impressão ser a única e verdadeira. Vamos generalizar pra facilitar o entendimento das coisas, mas as pessoas esquecem que as coisas não são fáceis de entender e que ao menos que você ponha seus miolos lá por um tempo, nenhuma das suas questões serão resolvidas de maneira satisfatória.
Exemplificando: Eu lembro até hoje do que eu senti quando eu vi Freddie Mercury pela primeira vez. Eu tava na mesa com a minha mãe e tava passando o clipe da música “I Want Break Free”, eu estava prestes a mudar de canal quando minha mãe disse: “Deixa aí, a gente cantava essa música no meu curso de inglês”. Tinha alguma coisa na voz, um tom diferente, que fez com que eu quisesse assistir ao clipe também. Só que, eu pequena, achei a aparência do vídeo antiga, e pensava: “Cara, nada de bom, pode vim disso, isso é muito velho.” Até que Freddie Mercury entrou na sala, de sapato de salto fino, meia-calça preta, saia de couro, blusinha rosa e bigode e deu uma piscadinha pra mim. E eu: =O. Eu achei que aquele homem podia fazer qualquer coisa. Ele tava fantasiado de Dragg Queen de cabelinho Chanel, e, ainda assim, era um dos homens mais másculos que já tinha visto. Eu me lembro disso até hoje porque isso me causou uma impressão, agora deu pra entender?
Todo mundo tem impressões guardadas consigo mesmo, às vezes, por não ter de sobra o maldito tempo, esquecessem-se de compartilhar com os seus. E quantas coisas legais e interessantes deixam de conversar os amigos, os familiares, os namorados, os vizinhos... Algumas impressões são ruins. Mas acredito que essas precisam ser lembradas para que não possamos errar de novo. E elas precisam ficar lá ao lado das boas impressões, para que possamos saber quão boa as impressões boas o foram. E outras permanecem, ainda que não tenham acontecido recentemente. Mas permanecem porque foram fortes e porque você as mantêm sem nem saber por quê. Às vezes, essas impressões nos foram transmitidas por um olhar, às vezes, por um sorriso, ou às vezes pelo Freddie Mercury travestido. Às vezes é um toque, uma palavra, um cheiro, uma música, uma história contada de um jeito especial, ou uma mão no ombro quando você se desfaz em prantos, ou uma maneira especial de ficar parado em pé... E são dessas coisas que nós nos lembramos, que nos mantemos e que nos passam despercebidas na maioria das vezes.
As impressões nos sustentam, e na maioria das vezes, estamos muito apressados pela leitura superficial das coisas pra notar quando uma está acontecendo. Ainda que seja uma agora. Nesse exato momento.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Meça sua idiotice.

Quando eu entrei na faculdade, tinha um garoto, que gostava muito de mim, meu comportamento sempre foi muito arisco em se tratar desse tipo de sentimento – bem querer, vai ver é porque eu não sei lidar com isso e não saio da defensiva com tanta facilidade, eu guardo as coisas, escondo, tranco e finjo que esqueci de fabricar uma chave. Porque essa sou eu, bem assim. Medrosa. De qualquer forma, esse rapaz, uma vez, eu fui muito rude com ele, sem necessidade. E me arrependo até hoje de não ter pedido desculpas pela minha grosseria sem tamanho e sem fundamento. Mas o tempo passou, ele esqueceu e sempre me tratou com muita gentileza, e lá na faculdade, onde eu cresci bastante, tinham outros tipos, e entre eles tinha uma garota que tinha muita inveja de mim. Eu, cheia de nóias e maluquices na cabeça, a princípio ignorava completamente esse tipo de coisa (como alguém pode ter inveja de mim?), mas meus amigos sempre me diziam: “Essa garota tem inveja de você” e eu só respondia: “É? Sério?” Às vezes eu achava também, mas preferia ignorar. De repente essa garota e aquele menino gentil começaram a namorar. E ela sempre foi muito grossa com ele. Ela dizia pra quem queria ouvir que não estava interessada em sentimentos, mas queria alguém pra lhe dá conforto e segurança material, depois de um tempo eles assumiram o namoro pro resto da turma. Ele estava apaixonado por ela, mas ela só o maltratava. E eles foram ficando junto, às vezes acabava, e depois voltavam, ele se cansava e depois que ela muito insistia, eles voltavam. de novo . Hoje, eu não sei como andam as coisas, mas escuto por amigos que ele agora é mais firme com ela e que não deixa ela se aproveitar dele tanto assim.

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À pouco tempo eu começei um curso de Literatura Brasileira, e adivinha quem tava dividindo o curso comigo? Aquela garota. Agora, sómos colegas de classe e ela senta junto com meu grupo de trabalhos. Uma vez, no intervalo, muitos colegas conversando e eu comentei que tinha medo de me envolver e preferia ficar sozinha do que com qualquer pessoa que realmente não me interessasse da maneira certa... E essa garota me chamou de “idiota”. Disse que eu não podia viver a vida com medo de me arriscar. Eu fiquei pensando no que dizer, depois vi que não valia a pena. Eu e ela temos visões muito diferentes do que é ser idiota. Como dizer pra uma pessoa como ela que idiotice é ficar com alguém só porque essa pessoa pode me proporcionar conforto material? Como dizer pra ela que é melhor tá sozinha do que iludindo alguém que possa ter sentimentos verdadeiros por mim, enquanto eu o manipulo? Não encontrei as palavras, ou a coragem. Não sei... Talvez, tenha sentido pena dela.
Viver uma vida sem arrependimentos... Ser honestamente feliz... Esse tipo de coisa, talvez, não seja possível. Mas eu prefiro tentar. Eu sempre fui esse tipo de pessoa que acredita, muitos me dizem que é porque eu estou com meus vinte e poucos anos e que sou jovem. Se for verdade que você envelhece e, de alguma maneira, vira um covarde, então eu acabei de descobrir porque odeio tanto crescer. Eu não quero ser uma pessoa que fica sentada olhando a vida passar, esfregando na minha cara o que eu podia ou não podia ter feito. Uma vida de arrependimentos. Sentir uns poucos, como eu sinto que devo desculpas àquele garoto, sempre faz com que eu me sinta mal quando penso nisso. E isso eu não quero mais. É claro que eu me sinto fraca às vezes. Me sinto só ou pessimista ou descrente. Mas é claro. Quem disser que nunca se sentiu assim, estará mentindo. Se você não é capaz de assumir suas fraquezas hu-ma-nas, então pode dá o fora daqui, porque eu tenho medo de ET.
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Eu quero me lembrar de ser fraca assim, e de nunca ser o tipo de pessoa que tem sempre certeza ou que nunca teve medo. Eu posso até ser uma idiota, como ela falou com tanta veemência, mas eu sou uma idiota com ideais, com razões e motivos. E eu acredito neles. Ela pode aumentar a voz, pode complementar o idiota com babaca, pode me chamar de covarde, eu sei que eu sou.! Mas eu sou uma covarde que tem crenças e metas, o que não significa muita coisa nesse mundo putaresco, mas que, sinceramente, eu quero que se dane. Dentro da minha cabeça, o meu mundo. No meu mundo, minha ideias e ideais. E meus ideais são quem eu sou. E eu posso mudar, interferir e ir e vir, quando eu quiser. Tô aberta a opiniões. Ou não. Eu sei que isso assusta. Mas será que sou eu a assustadora? Ou o mundo ficou covarde demais?
Não é que eu vá conseguir de agora em diante. Não é que vá ser uma pessoa melhor só porque sei disso. Não é que, a partir, de agora eu farei tudo que me passa pela cabeça, porque eu tenho medo, sempre. Mas de onde eu estou agora já posso ir, ou pelo menos tentar ir, aonde eu quero chegar. E isso, por agora, já é o bastante pra uma pessoa tão idiota quanto eu.
AH!
Acabei de perceber.
Acho que entendi.
Acho que agora entendi porque ela tem tanta inveja de mim...